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CIA-BH divulga relatório com perfil dos adolescentes apreendidos na Capital

CIA-BH divulga relatório com perfil dos adolescentes apreendidos na Capital

Documento serve de base para políticas públicas voltadas aos jovens em conflito com a lei

A Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte divulgou o “Relatório Estatístico” sobre atendimentos, atos infracionais e medidas socioeducativas aplicadas a crianças e adolescentes em 2023, em Belo Horizonte. O documento também revela dados socioeconômicos, jovens encaminhados para projetos socioeducativos e atos infracionais cometidos em escolas da Capital.

O levantamento é produzido anualmente e traz dados importantes como, por exemplo, o ato infracional equiparado ao crime de estupro de vulnerável, que cresceu 222% em 2023, em comparação com o ano anterior. Foram nove casos em 2022 e 29 no ano passado. A importunação sexual também subiu de 7 para 12 casos, o que representa um aumento do 71%.

Segundo o art. 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069/1990), é considerado ato infracional dos jovens toda conduta descrita como crime ou contravenção penal. Com isso, eles estão sujeitos a medidas socioeducativas.

Atos infracionais

Em 2023, cerca de 3,2 mil adolescentes foram apreendidos e encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA-BH). Mais da metade deles eram reincidentes.

O relatório do CIA-BH revela que os principais atos infracionais são o tráfico de drogas (35,5%), o furto (9%) e a lesão corporal (7,5%). Em comparação com 2022, na Capital, o total desses atos apresentou elevação de 10%, passando de 2.520 para 2.787 casos.

Atos infracionais semelhantes aos crimes de homicídio, roubo, furto, posse de drogas para uso pessoal e tráfico de drogas representam 55% do total de casos registrados em 2023.

Redução

Os atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes que apresentaram redução significativa foram o homicídio (50% de queda), de 12 para 6; a tentativa de homicídio (36%); e o latrocínio (100%).

“O relatório oferece uma melhor visibilidade sobre o tema e aprimora a aplicação de políticas públicas relacionadas aos jovens”, disse a juíza titular da Vara Infracional da Infância e da Juventude e coordenadora do CIA-BH, Riza Aparecida Nery. Ela ressaltou que, como está disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente, as medidas socioeducativas e protetivas estão sempre atentas ao princípio da atenção integral aos jovens.

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Segundo a juíza Riza Aparecida Nery, o Relatório oferece uma melhor visibilidade sobre o tema e aprimora a aplicação de políticas públicas

Escolas

Os dados do “Relatório Estatístico” também destacam que os autores de atos infracionais praticados em ambiente escolar são, na maioria dos casos, do sexo masculino e com idade entre 14 e 16 anos. Os registros mais comuns foram ameaça (28,7%), vias de fato (19%) e lesão corporal (18%). Noventa e quatro por cento dos jovens cometeram esses atos no ambiente escolar, pela primeira vez, e contra os próprios colegas (60%). Professores (11%), diretores (6,5%) e funcionários (6%) das escolas foram os demais alvos dos jovens infratores.

Esses números ajudam a subsidiar a Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (SEE-MG) na construção de planejamento estratégico preventivo junto a educadoras, educadores e estudantes.

Segundo a juíza Riza Aparecida Nery, os novos dados trazem “novas maneiras de enfrentar o problema da delinquência infantojuvenil, que não seja somente a repressão, como no passado”. Para a magistrada, as propostas de prevenção devem estar em sintonia com as necessidades da população local, a partir do conhecimento das peculiaridades de cada comunidade.

Atualmente, a Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte mantém diversos projetos com o objetivo de prevenção e socioeducação. Além disso, a partir do “Relatório Estatístico”, a Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, sob a responsabilidade da desembargadora Alice de Souza Birchal, desenvolve ações voltadas à realidade dos adolescentes em conflito com a lei, O conjunto de informações fornece elementos importantes para elaborar estratégias e políticas públicas no âmbito, principalmente, da escolarização e profissionalização desses jovens.

FONTE: Diretoria de Comunicação Institucional – Dircom /TJMG

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