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Ações voluntárias fazem a diferença na vida de crianças e adolescentes

Ações voluntárias fazem a diferença na vida de crianças e adolescentes

Apesar do distanciamento social e das dificuldades decorrentes da pandemia de coronavírus este ano, a Rede Solidária Anjos do Amanhã, programa de voluntariado da Vara da Infância e da Juventude do DF (VIJ-DF), continua contando com a disponibilidade de voluntários para atender às inúmeras demandas de crianças e adolescentes assistidos pela Rede.

Os desafios em 2020 têm sido ainda maiores, o que levou o programa da VIJ-DF a realizar campanhas, como a Comunidade Solidária, que já está na segunda etapa, e apoiar outras iniciativas, como o projeto Sorriso Aberto, tudo por meio de parcerias que formam uma corrente de solidariedade em prol do público infantojuvenil e suas famílias mais necessitadas.

Segundo o supervisor da Rede Solidária Anjos do Amanhã, Márcio Alves, nesse período de pandemia, as doações pontuais continuaram, porém o programa sofreu grande impacto com a diminuição de recursos na parte de serviços disponibilizados aos jovens atendidos. Por isso, ele destaca a atuação de voluntários que não deixaram de ajudar no atual contexto.

O supervisor cita a oftalmologista Cristiana Bertin, voluntária do programa da VIJ-DF desde 2016, como exemplo de destaque dessa disponibilidade em continuar contribuindo com seus serviços. “A Dra. Cristiana é nossa supervoluntária, que já abriu inúmeras portas para o nosso público. Somos privilegiados em contar com seu apoio”, ressalta em tom de agradecimento.

Recentemente, a médica viabilizou ações relevantes para o público da Rede Solidária. Ela conseguiu tratamento adequado para restabelecer a visão de um adolescente de 14 anos que estava ficando cego, ajudou a encaminhar para tratamento um jovem com deficiência auditiva, além da arrecadação de piso para o projeto Sorriso Aberto, da Casa da Criança Batuíra.  

Espírito de voluntária

O interesse por trabalho voluntário está na essência de Cristiana Bertin. Além dos seus pacientes de rotina, ela conta que sempre buscou atender sem custo crianças, adultos e idosos de instituições do DF. Para conhecer um pouco mais a respeito da atuação da médica como voluntária, confira a seguir a entrevista concedida por ela à Seção de Comunicação Institucional da VIJ-DF. 

O que a motiva a realizar tantos trabalhos voluntários pelo público da Rede Solidária Anjos do Amanhã?  

Sempre procurei ajudar e responder às solicitações que chegam a mim. O que me motiva? Simplesmente a vontade de ajudar. Todos nós podemos nos doar para fazer o bem. Importante dizer que não estou sozinha. Aqui na Oculare Oftalmologia, tenho o apoio dos meus sócios, que sempre se prontificam a participar das campanhas e atendimentos solidários, concordando em arcar com os custos de exames complementares e o que for necessário para o paciente. Tenho uma rede de amigos que chamo carinhosamente de “Amigos do Bem”. Cito aqui a Dra. Adriana Costa, que participou comigo do atendimento do adolescente com um ceratocone muito avançado, que só via vultos, e para o qual há indicação de transplante de córneas. Com o apoio do laboratório Mediphacos e da Oculare Oftalmologia, doamos para ele um par de lentes esclerais, que o fez recuperar a qualidade de vida até que seja o momento da cirurgia. Também há amigos de outras especialidades, como a Dra. Priscila Zambonatto (otorrinolaringologista), que sempre diz sim quando preciso dela, e a fonoaudióloga Eveline Ervilha, que recentemente se apresentou como voluntária, oferecendo os serviços da Clínica Biofono. Cito ainda o apoio incondicional da Audrey Brants Óptica e Voriques Óptica, que sempre se prontificam a participar doando óculos quando necessário. Recentemente mais um para o time: o Roberto Germano, que representa a Cerâmica Atlas e está buscando a doação do piso para o ambulatório de odontologia da Casa da Criança Batuíra. 

Algum caso especial chamou mais sua atenção? 

Todos os casos têm uma história emocionante e comovente. Por exemplo, o menino que não saía mais de casa porque não enxergava, estava se afastando de tudo e se isolando. Vê-lo lendo 20/20 (a melhor acuidade visual na escala oftalmológica), graças às lentes doadas, foi um momento muito especial. Impossível conter as lágrimas de alegria! 

Na sua opinião, a pandemia que estamos vivendo favorece a abertura das pessoas em ajudar o próximo?  

Acredito que sim. As pessoas estão mais solidárias, enxergando a dor do próximo. Desde atos como doar artigos de higiene, roupas e alimentos até manter o salário de funcionários que não estão trabalhando por serem do grupo de risco, entre tantos outros. Sou uma otimista por natureza, e quero crer que essa pandemia vai nos deixar pelo menos algo positivo: o olhar para o outro. 

O contexto atual impactou seu trabalho voluntário de alguma forma? 

Mantivemos os atendimentos e ações isoladas, mas tivemos que adiar um projeto especial que iríamos realizar este ano. Sob a coordenação da embaixatriz do Gabão, a Sra. Julie Moutoude-Bell, em conjunto com o Dr. Sabri Lakhdari, geriatra, e da Audrey Brants Óptica, além de inúmeros outros parceiros, faríamos uma campanha de assistência médica em uma casa de longa permanência para idosos. Aliás, com a Embaixada do Gabão, fizemos em 2018 uma linda campanha, na qual atendemos todas as crianças do CEF 21 de Taguatinga. Após uma triagem, trouxemos 60 crianças até a clínica, para um exame mais minucioso. As que precisaram ganharam óculos. Foi uma festa! 

Que aprendizados e recompensas citaria como principais nesses 4 anos de voluntariado na Rede Solidária Anjos do Amanhã? 

A maior recompensa é fazer diferença na vida de alguém. E aprendizados? Todos os dias aprendemos um pouquinho, não é mesmo? Aprendemos com a coragem e resiliência das crianças acolhidas nas entidades, que já passaram por tanta coisa… Com as moças da Casa do Sol Azul, lutando para se reerguerem e se livrarem da drogadição. Os exemplos são inúmeros.       

Que mensagem poderia passar a outras pessoas para incentivá-las a também se tornarem voluntárias da Rede Solidária Anjos do Amanhã? 

Acredito que todo mundo pode ajudar de alguma forma. Não estou aqui falando de ajuda financeira – apesar desta também ser necessária –, mas sim de doação de seu tempo. Tempo para atender uma pessoa em vulnerabilidade social, para brincar com crianças em uma entidade de acolhimento ou ler e contar histórias para idosos. Tempo para assistir quem precisa de assistência. O pagamento? Um grande sorriso e o coração transbordando de felicidade! 

Saiba mais

A Rede Solidária Anjos do Amanhã é um programa de voluntariado criado em 2006 pela VIJ-DF. O objetivo da iniciativa é dar oportunidades para que crianças e adolescentes expostos a situações de vulnerabilidade social, violência física, psicológica, sexual ou estrutural residentes no DF possam ter acesso aos direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Torne-se um voluntário

A Rede Solidária Anjos do Amanhã busca parceiros que possam oferecer seu talento ou serviço, a fim de atender ou complementar as necessidades de crianças, adolescentes e suas famílias nas áreas de saúde física e mental, educação, moradia, cultura, lazer, entre outras. Para saber mais e como se tornar um voluntário, acesse aqui a página do programa.

FONTE:  Noriete Celi/SECOM/VIJ-DF

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