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TJPB realiza mais de 940 Depoimentos Especiais em 2024 na Infância e Juventude

TJPB realiza mais de 940 Depoimentos Especiais em 2024 na Infância e Juventude

Criada por meio da Lei nº 6.084/95, a Coordenadoria da Infância e Juventude (Coinju), do Tribunal de Justiça da Paraíba, tem a missão de coordenar, planejar, sistematizar e desenvolver políticas públicas voltadas à proteção e garantia dos direitos da criança e do adolescente. Dentro do leque de ações, apenas neste ano, de janeiro à primeira semana de dezembro, a equipe multiprofissional da unidade judiciária realizou 945 depoimentos especiais nas diversas unidades judiciárias espalhadas pelo estado.

O Depoimento Especial é previsto no artigo 8º, da Lei 13.431/2017, a qual  normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência, além de estabelecer medidas de assistência e proteção ao público infantojuvenil nesta situação.

Esse tipo de depoimento assegura que as crianças e os adolescentes sejam ouvidos sobre a situação de violência por meio de escuta especializada, realizada em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaço físico que garantam a privacidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência.

Segundo dados fornecidos pela Coordenadoria, 2024 registrou o maior quantitativo (945) de tomada de Depoimentos Especiais, ou Escutas Especializadas, como também é conhecida. Ano passado (2023) o quantitativo de escutas foi de 758, em 2022 foram 528, e em 2021, período pandêmico, foram tomados 429 Depoimentos Especiais.

Juiz Adhailton Lacet - coordenador da Coinju
Juiz Adhailton Lacet – coordenador da Coinju

Toda criança ou adolescente vítima ou testemunha de algum tipo de violência, tem que ser obrigatoriamente ouvida através de uma equipe técnica ou pessoa capacitada para a tomada do depoimento especial. A ação é realizada por meio do Protocolo Brasileiro de Entrevista Forense (PBEF.), como prevê a lei nº 13.431/2017, segundo informou o coordenador da Coinju e titular da 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital, juiz Adhailton Lacet Porto.

“O protocolo consiste em um método de entrevista semiestruturado, flexível e adaptável ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, para facilitar a escuta protegida sobre alegações de violência contra eles perante as autoridades”, explicou o magistrado.

O PBEF, conforme preconiza o Artigo 12 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, contribui para ampliar as oportunidades para que as crianças sejam ouvidas em todos os processos judiciais e administrativos que as envolvam. Ele também foi formulado em consequência da implementação da Lei n. 13.431/2017 e oferece uma metodologia de tomada de depoimento especial.

O juiz Adhailton Lacet enfatizou que a Coinju é um o órgão com competência para auxiliar a Presidência do TJPB na área administrativa da infância e juventude. O magistrado revelou, ainda, que a Coinju é  uma das Coordenadorias mais antigas do Brasil e também integra o Colégio Brasileiro de Coordenadorias da Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil. “Do qual já tive a oportunidade de ser vice-presidente por duas gestões”, observou.

Ele avaliou como significativo trabalho das entrevistadoras que tem obtido um resultado positivo, além do reconhecimento por parte dos juízes e juízas que solicitaram o depoimento especial.

“Muita embora a equipe especializada para a tomada do depoimento especial seja reduzida (limita-se apenas a três servidoras), o Tribunal de Justiça da Paraíba já vem estudando, através de uma comissão, a possibilidade de ampliar esse quantitativo, e em breve teremos uma nova Resolução disciplinando em todo o Estado a tomada dos depoimentos especiais”, reforçou o magistrado.

Planejamento – Para o ano de 2025, a Coinju terá como meta dar todo o apoio necessário às varas com competência infantojuvenil; buscar reduzir o prazo para agendamento dos depoimentos especiais, com a ampliação da equipe; ouvir os magistrados e magistradas sobre sugestões que possam ser implantadas para a melhoria da prestação jurisdicional na área da infância e juventude e promover o Encontro Estadual dos Juízes e Juízas da Infância e Juventude para a troca de boas práticas, da Paraíba e de outros estados da federação.

Por Lila Santos

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